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Alunos e ex-alunos de cursos de artes plásticas e artesanato expõem produtos na Fenearte



Estudantes de curso técnico em artesanato levam obras de diversas tipologias. Ex-aluna de graduação em artes plásticas tem peças em cerâmica.

Produtos em cerâmica, madeira, crochê e outras tipologias fazem parte do espaço dos estudantes de um curso técnico em artesanato que participam pela primeira vez da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), em Olinda.

O local reúne a produção de 13 alunos e ex-alunos do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Eles fizeram cursos na modalidade que integra o ensino médio e o técnico.

O artesão Eduardo Faustino, por exemplo, finalizou o curso no fim de 2018 e levou diversas peças para o evento. Nascido em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, ele aprendeu a arte das cerâmicas ainda na adolescência, quando trabalhou com o ceramista Francisco Brennand, e trabalha com artesanato há 50 anos.

“Trabalhei com ele na época em que o que existia ainda era uma fábrica de cerâmica e depois no ateliê. Aprendi o ofício e acabei indo morar em Maceió para trabalhar numa fábrica também. Lá, eu aproveitava a estrutura do local para fazer meu trabalho autoral, com murais e peças decorativas”, conta Eduardo.

Quando se aposentou das fábricas, o artesão passou a se dedicar apenas ao artesanato. No curso técnico, conta ele, aprendeu a valorizar ainda mais o próprio trabalho.

“Nas aulas, eu percebi que na verdade não sabia tudo o que achava que sabia. Aprendi, principalmente, como buscar mais conhecimento para continuar criando”, afirma.

As peças que Faustino levou para a Fenearte, também expostas no Espaço Janete Costa, são cobogós feitos em cerâmica.

“Esses trabalho é inspirado nas ruínas de um parque fabril que vi na cidade de Rio Largo, interior de Alagoas. Alguns remetem às rodas do trem que pegamos para chegar lá, outras têm buracos como os das ruínas, que serviam para ventilação”, pontua ainda.

Renascença foi aplicada na confecção de cestas por estudantes de curso técnico — Foto: Penélope Araújo/G1 Renascença foi aplicada na confecção de cestas por estudantes de curso técnico — Foto: Penélope Araújo/G1
Renascença foi aplicada na confecção de cestas por estudantes de curso técnico — Foto: Penélope Araújo/G1

O curso técnico em artesanato do Ifal dura três anos e é integrado ao ensino médio para jovens e adultos. As turmas têm cerca de 15 pessoas, com uma média de 40 anos de idade.

De acordo com a designer gaúcha Roseane Santos, uma das professoras do instituto, a proposta das aulas é de aperfeiçoar a produção local e valorizar a cultura alagoana.

“Não ensinamos técnicas. Na verdade, os alunos já são artesãos e o que fazemos é ensinar toda a parte de design, de arquitetura, de criação de novos produtos com outras propostas. Para alguém que faz crochê em pano de prato, no dia a dia, por exemplo, nosso papel é mostrar que isso pode ser uma forma de arte”, detalha a professora.

Quem também é recém-formada é a artista plástica Margarida Marques, que estudou artes na Aeso, em Olinda, e expõe na Fenearte pela segunda vez. Seus trabalhos, em cerâmica e cerâmica vitrificada, são esculturas e vasos de plantas que têm o objetivo de homenagear as mulheres.

“Para mim, a mulher é a coisa mais linda da Terra. Da cabeça das mulheres surgem suculentas ideias, ideias que nascem, florescem, e é isso o que inspira essa coleção de peças”, aponta a artesã.

Guida Marques, como é conhecida, já era pedagoga, mas nunca chegou a exercer a profissão. “Quando entrei na faculdade pela primeira vez, há quase 50 anos, meu pai não aprovou minha vontade de estudar artes. Então, me formei em pedagogia. Mas sempre soube que o meu lugar era na arte, e, assim que minhas filhas cresceram, voltei a estudar, dessa vez fazendo o que mais gosto”, diz.

Após terminar a graduação, Guida criou um grupo de pesquisa com outras ex-alunas do curso, que depois acabou se transformando num coletivo de arte.

“Tinha muita gente jovem na turma, mas havia um grupo de pessoas com a minha idade. Logo nos identificamos, e percebemos que queríamos manter vivo esse contato com o artesanato depois de terminar a faculdade. Hoje, produzimos muitas coisas juntas”, afirma ainda a artista.

Para a feira, ela levou cerca de 600 peças autorais, entre esculturas e bonecas de cerâmica, que também funcionam como vasos para plantas. Os trabalhos custam entre R$ 48 e R$ 150.

A Fenearte segue até o próximo domingo (14), funcionando das 14h às 22h, nos dias úteis, e das 10h às 22h, nos fins de semana. De segunda a sexta, a entrada custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

No fim de semana, os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Os tíquetes são vendidos pela internet, em pontos descentralizados e na bilheteria do evento.

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